"... tinha suspirado, tinha beijado o papel devotamente! Era a primeira vez que lhe escreviam aquelas sentimentalidades, e o seu orgulho dilatava-se ao calor amoroso que saía delas, como um corpo ressequido que se estira num banho tépido; sentia um acréscimo de estima por si mesma, e parecia-lhe que entrava enfim numa existência superiormente interessante, onde cada hora tinha o seu encanto diferente, cada passo condizia a um êxtase, e a alma se cobria de um luxo radioso de sensações! "

Eça de Queiroz - O primo Basílio

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

AMANTES


Corpos ávidos de afagos
Sublimam sentimentos nos toques
No murmúrio das palavras desavergonhadas...
Cai o véu dos pudores
Saciando os desejos
Nos apertos
Nos abraços e beijos
Na sublime intimidade
Na cumplicidade das mãos...
Entregam-se os sentidos
E ofegantes embalam-se enternecidos
Na cadência de cada movimento...
Adormecem amantes até o amanhecer...