"... tinha suspirado, tinha beijado o papel devotamente! Era a primeira vez que lhe escreviam aquelas sentimentalidades, e o seu orgulho dilatava-se ao calor amoroso que saía delas, como um corpo ressequido que se estira num banho tépido; sentia um acréscimo de estima por si mesma, e parecia-lhe que entrava enfim numa existência superiormente interessante, onde cada hora tinha o seu encanto diferente, cada passo condizia a um êxtase, e a alma se cobria de um luxo radioso de sensações! "

Eça de Queiroz - O primo Basílio

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Amor eterno


Sim!
Eu quero dar-te o prazer dessa dança...
Perdoa-me! Não há como poupar-te das lágrimas
Que insistem em rolar-me as faces.
São as lembranças...
Tão fortes agora. Lembro-me de ti,
Quando eu ainda era risos e a juventude em flor
Fazia-se mulher em mim a cada amanhecer
Desvendando-me...
Sim, como negar?
Aceito o teu convite para dançar.
Acolhe-me agora em teu peito
Envolve-me, que o teu braço forte
Será o repouso desse corpo cansado,
Mas ainda vivo!
Escuta a melodia singela...
Sim.
Eu quero dar-te o prazer dessa dança!

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